sábado, 5 de fevereiro de 2011

O Medo das coisas novas





"Contam as lendas que um dia um espião foi preso e condenado à morte pelo general do exército árabe.
Sua sentença era o fuzilamento, mas o general tinha um hábito diferente e sempre oferecia ao condenado outra opção. E essa outra opção era escolher entre enfrentar o pelotão de fuzilamento ou entrar por uma porta preta. 
Com a aproximação da hora da execução o general ordenou que trouxessem o espião à sua presença para uma breve entrevista. 
Diante do condenado, fez a seguinte pergunta: o que você quer - a porta preta ou o fuzilamento? 
A escolha não era fácil, por isso o prisioneiro ficou pensativo e, só depois de alguns minutos, deu a resposta: prefiro o fuzilamento.
Depois que a sentença foi executada o general virou-se para o seu ajudante e disse: “assim é com a maioria dos homens. Preferem o caminho conhecido ao desconhecido”.
E o que existe atrás da porta preta? Perguntou o ajudante.
A liberdade, respondeu o general. E poucos foram os homens corajosos que a escolheram."

Tenho medo de quase tudo. Por mais que (quase) nunca demonstre isso. Tenho medo do escuro. De barata. De morrer ou perder alguém que amo. Tenho um medo absurdo de começar um novo trabalho ou (por incrível que pareça a uma atriz), de apresentar em público. 
Tenho medo da pobreza, da miséria e da diferença social. Tenho medo de ter ódio, mas tenho um ódio enorme do medo. Tenho medo da dúvida. Da estrada e da mochila. Medo de água, de morro, cachoeira e avião. Tenho medo do medo. O medo trava, segura e impede. Mas ao mesmo tempo protege. 
Nas muitas vezes que tive medo sempre tive alguém do lado pra me amparar. As mãos dos meus pais, o carinho dos amigos, os conselhos dos mestres. Mas chega uma fase da vida que não tem ninguém por perto. Você fica sozinho e tem que tomar suas próprias decisões, e mais, arcar com elas. Ninguém mais vai te segurar  e dizer que você pode se machucar. Ninguém mais te abraça quando o erro está feito. E aí? Como seguir daí? 
Seguindo. Um dia depois do outro. Fazendo. Acontecendo. 
Todo lado tem suas vantagens: A partir desse momento em que você segue sozinho, ninguém mais divide os lucros com você. Ninguém mais te prende. Você é livre. Solto. E pode até voar, basta querer.
A partir disso o seu tempo fica melhor aproveitado, mesmo que seja ocioso. Se não quiser fazer nada com ele, tudo bem. É seu tempo. Sua vida. E você joga ela fora se quiser. "Se a culpa é minha eu coloco em quem eu quiser". Daí em diante suas conquistas são suas; e suas derrotas também. Então nem adianta parar e fazer "bico". Você cresceu, escolheu e aprendeu.  
Então sigamos adiante. Sempre adiante. Não nos importando o que digam ou o que pensem. O mundo não pára de girar porque você parou. Não perca tempo pensando que a vida não presta. O fim está próximo. Fim.  

Um comentário:

  1. Sintonia é algo incrível. Não se conquista, apenas É. Neste domingo, chegando ao trabalho estava cantando em minha salinha "Não perca tempo pensando que a vida não presta. Certas canções duram pouco outras são eternas..." E assim, sintonizados, sem querer li, revivi e vivo o instante desse medo, que enfrentamos com alguma coragem que nos persegue todos os dias e só depois enfim, conseguimos dormir. Vida longa as essas devagAções!

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